Turismo religioso atrai 1,5 milhão de visitantes todo ano à Bahia, aponta Setur
O turismo religioso vem crescendo e se consolidando no Brasil. Na Bahia, o segmento, segundo dados da Secretaria Estadual de Turismo, movimenta aproximadamente 1,5 milhão de visitantes, atraídos por eventos como a romaria de Bom Jesus da Lapa, festa da Boa Morte e celebrações em homenagem a Irmã Dulce. Este é o assunto abordado esta semana no programa Encontro com Gabrielli, que está disponível para download no site www.facebook.com/encontrocomgabrielli.
Movidos pela fé, esses turistas atravessam centenas de quilômetros para pedir proteção e agradecer as bênçãos alcançadas. Esse segmento do turismo, que é uma tendência mundial, já está mais estruturado em algumas regiões do país, como na cidade de Aparecida, no interior de São Paulo.
Na Bahia, uma das manifestações com maior potencial de atração de visitantes é a Lavagem do Bonfim, que acontece anualmente em Salvador, no mês de janeiro. Além disso, as cidades de Cachoeira, Maragogipe, Serrinha, Rio de Contas, Juazeiro e Bom Jesus da Lapa têm suas economias movimentadas pelo turismo religioso.
“Uma característica positiva desse tipo de turismo é a permanência dos visitantes por períodos longos, como acontece em Bom Jesus da Lapa, município distante 800 quilômetros de Salvador”, observa o economista e secretário do Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli. Em Bom Jesus da Lapa, três romarias realizadas entre os meses de julho e setembro levam à cidade cerca de 800 mil romeiros a cada ano.
Com esta demanda, os hotéis ficam com lotação esgotada, o que leva as pessoas que não acham vagas a acamparem à beira do Rio São Francisco. Gabrielli lembra que o calendário religioso de Bom Jesus da Lapa tem início com a romaria da terra e água, em julho, quando os peregrinos dirigem-se ao santuário da cidade para agradecer o período de colheita.
Em agosto, a romaria do Bom Jesus, considerada a segunda maior do país, atinge o ponto máximo do turismo no município. O encerramento do ciclo das festas de fé ocorre em setembro, com a romaria de Nossa Senhora da Soledade.
Outra festa religiosa tradicional na Bahia é a da Irmandade da Boa Morte, que acontece todos os anos, no mês de agosto, no município de Cachoeira, no Recôncavo baiano. Já no norte do estado, Juazeiro vira palco de um dos rituais que mais chamam a atenção durante a Quaresma e Semana Santa, que são os atos de penitência.
“Quando vamos olhar os impactos econômicos dessas manifestações, identificamos um forte componente de distribuição de renda. Ele movimenta hotéis, pousadas, restaurantes, a indústria de velas, gráficas, transportes. Enfim, uma infinidade de atividades que diluem as receitas”, avalia Gabrielli.
De acordo com o Ministério do Turismo, as manifestações religiosas movimentam cerca de R$ 8 bilhões por ano, em todo o país. E a estimativa é que aproximadamente oito milhões de pessoas viagem para fazer turismo religioso no Brasil. Deste total, cerca de 25 mil são de fora do país.
Para fortalecer o setor e alimentar ainda mais o número de visitantes na Bahia, na opinião de Gabrielli, é necessária uma combinação de esforços: o Governo do Estado deve continuar investindo na melhoria de rodovias e aeroportos; as prefeituras precisam divulgar mais os eventos e capacitar os profissionais envolvidos nas celebrações; e, por fim, os empresários devem prestar melhor serviço.